segunda-feira, 11 de abril de 2016

Uma visita ao Parque Celestina

Ontem a noite fui na casa do Ribamar, pedi a ele que me trouxesse um copo bem cheio de sua melhor e mais forte bebida, Ribamar me olhou com um olhar de um pai quando sabe que o filho não está bem, sentou do meu lado, não disse nada, me deixou tomar toda a bebida, durante 5 minutos, um silêncio, agonizante, onde só se poderia ouvir o som da minha agonia, Ribamar trouxe a garrafa e a colocou do meu lado, levantou se, foi mexeu em algumas fotos, em que estava do lado de sua esposa, chamou o cachorro, brincou com o mesmo, a cada gole meu, ele olhava pro lado, era como olhar para alguém surfando no trem e não poder fazer nada, Ribamar deu 3 voltas pela casa, e eu ali sentado, olhava pro copo e conversava em silêncio com a garrafa de bebida, Ribamar varria o chão e olhava fixamente para mim, como uma professora que sabe que o aluno está fazendo algo errado e não quer mais ensina-lo que aquilo é errado.
Em alguns instantes a bebida me fez um bem, e uma paz momentânea estava ao meu lado, mais sabia que quando a bebida acabasse tudo voltaria na mesma proporção, e que a corrida tinha sido inútil.
Quando já estava me levantando Ribamar me disse; Um dia você vai acordar e vai descobrir que toda as conversas que teve com a bebida foi em vão, sai do isolamento social.

Blood Tears Little Girl

Little girl, where did you go?
Playing in the fields when the sun goes
Before the moon had changed at night
You had fallen out of sight