quinta-feira, 19 de julho de 2018

Eu vivo o meu inferno de dia(Sentimentos e discos dos Strokes já saíram da moda)

Ainda tem mais um baú
Correndo de dragões e fadas
Me deparo com essa realidade
Ainda tenho minhas mãos e algumas lembranças
Lembra de quando fomos a locadora?
E escolhemos o filme que virou nossa vida
Gritando por socorro em sua varanda
Sobre a lua de ontem
Aquele velho violão ainda faz as mesmas notas
Sua amiga passou aqui na rua
Acho que ela sabe de nós
Tentando esconder o resultado do jogo
Tenho certeza que o prêmio não vai ficar comigo
Sentimentos e discos dos Strokes já saíram da moda
Alguma hora dessas eu chego na hora do recreio
Mas sempre estou preso na sala da diretora
Guardei moeda da sorte
Mas a fonte secou
Minha sorte de hoje não veio no biscoito
Eu poderia
Eu queria
Eu fui
Eu te levei
Eu até fiquei
Preciso trocar meu livro de português do passado do impossivel
Garotos nadando na piscina
Meninas pensando na lua
Eu abro os olhos e olho até a esquina
E você pegou ônibus
Dessa vez me espere no ponto errado
Sempre lhe espero no ponto certo
Com uma mão sobre o rosto
Uma ponte de ferro
Eu vivo o meu inferno de dia.



quarta-feira, 20 de junho de 2018

Como astrônomo não li essas historias

Tinha 3 moedas de 5 centavos
Outro dia lembrei das suas historias
Semana passada andei de bicicleta e voei até na terça passada
Usei meu melhor vestido de ontem
E lembrei dos bailes que não fui convidado
Como astrônomo não li essas historias
Como um atacante que vai fazer o gol
Não fui no  ultimo dia da escola
Você sabe que eu nunca sei abrir a lata de milho
Juntando mentiras legais
Com historias mal contadas
Me iludi quarta que vem
Nunca peguei meu tapete voador
Um copo de cerveja na mão
Um de quarta passada
Eu me sento nesse piano e faço minha canção
Outro dia voei até sua rua
E roubei uma flor
Desculpe pelas botas de cowboy de sexta passada
Quando partir na semana que vem
Leve seu casaco azul
E meu bilhete

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Ontem fui jantar na casa do Ribamar, sua esposa tinha feito um macarrão com salsicha nossa meu prato favorito, mas estava sem fome, Ribamar me ofereceu um copo de Conhaque, prontamente aceitei, tomei em uma golada só, Ribamar tentou já sabia o motivo, e emendou, faz 3 anos que seu pai faleceu, passou rápido, não falei nada, Ribamar continuo a perguntar como eu me sentia, mas preferi ficar quieto, o conhaque estava tão gostoso que eu não queria provar que não dividir o gosto com lagrimas, Ribamar por diversas vezes tentou puxar assunto sobre o quanto me sentia, acho que ninguém gosta de falar sobre a perda do pai, mesmo que faça 3 anos.
Agradeci ao conhaque e levei em uma marmita o macarrão com salsicha que a esposa dele fez para mim, chegando em casa sentei na varanda, varanda está que fora usada para tantos aniversários do meu pai, tantos churrascos que ele fez, nesse momento lembrei de tantas vezes que sentávamos eu e o meu pai para podermos conversar, ouvir Bezerra da Silva, muitas vezes eu só ficava ouvindo suas historias e admirando, em momento me teletransportei para um churrasco que fizemos para e que foi o ultimo, lembro que apareceu tantos amigos, a bebida ajudou bastante na presença da rapaziada, ouvimos Bezerra da Silva, engraçado que algumas vezes a figura do meu pai era confundida com a Bezerra da Silva, cresceu longe dos pais, foi espirita e alguns anos antes de morrer foi pra igreja evangélica.
Faz 3 anos, mais parece que só fazem 3 dias, todos os dias eu me lembro dele.

                         Num dia de tristeza me faltou o velho
                         E falta lhe confesso que ainda hoje faz




Ai, mas que saudade
                              Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
                                        E orgulho de seu filho ser igual seu pai


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Céu estava tão cinza quanto o dia 20

Quarta feira dessas achei uma caixa
Algumas emoções e desgosto juntos
Uma canção que não sai da cabeça
Lembrei do bar
Algumas noites passada fui até ai
Mas nunca lembro do caminho
Perdi minha bicicleta velha
Eu queria abraçar Plutão
E orbitar por minhas lembranças
Um mural com meu nome
Em uma cabeça velha esquecida
É o peso que eu carrego
Posso não ter ganho o concurso de cowboy
Mas bebi toda a garrafa de wyskei
Com algumas moedas e um troco de ontem
Deito sobre as estrelas
Corro até a lua passada
Sentado na varanda da minha mãe
Eu toco minha canção favorita
Duas notas e um refrão
Coelhos de baixo da cachola
Pombo por baixo da blusa
Algumas coisas são fáceis de lembrar
Onde eu estive ontem
Trem parado, criança na rua
Céu estava tão cinza quanto o dia 20
Os carros tomam as ruas e os ônibus empobrecem as avenidas
Mas uma semana eu sento no meu sofá
E vejo o dia passar.