terça-feira, 18 de outubro de 2016

20 de Outubro

Ontem a noite, fui jantar na casa do Ribamar, estava sentado no meu canto
Ainda não tinha aberto a boca pra falar nada, comi, um ótimo macarrão com salsicha
e um pouco de vinho, no segundo copo, peguei a garrafa só para mim, o jantar tinha terminado
e o Ribamar, veio conversar comigo e perguntar o que de fato tinha acontecido, mas já sabia a resposta, eu tentei dizer que estava preocupado com qualquer outra coisa, Ribamar tentou puxar assunto, mas o Ribamar é tão horrível pra começar uma conversar pra desviar o assunto, e perguntou se eu tinha visto que o Nacional da Ilha da Madeira de Portugal estava, liderando o campeonato de futebol de Portugal, desvie o olhar, a esposa do Ribamar passou e só com o olhar ela pescou, e com uma mão passou na minha cabeça e com a outra passou sobre a tatoo, do punho esquerdo, na hora Ribamar se tocou, me olhou com um olhar triste e começou falar um pouco e contar algumas historias do meu primo, algumas mais inverdades, do que mentiras, dei algumas risadas, mas pedi desculpas a ele, não sou o mesmo cara quando, vai chegando o dia 20 de outubro.
Bebi mais algumas taças de vinho, levei a garrafa pra casa, agradeci o jantar e fiquei em casa, confesso que chorei um pouco, não é que eu goste de ficar no luto, mas é como se essa data, tivesse um portal e todas as lembranças que tenho do meu primo, que foi meu herói,vira um mosaico e não tenho como fugir e nem quero perder isso.



Nunca te disse mas, você era o meu herói preferido

Eu lembro que corremos muito na terça passada
Ainda posso me lembrar da vez que
você me ensinou a fazer um laço
Nunca te disse mas, você era o meu herói preferido
Aquele dia que você fez a minha lição de português toda
Lhe devo aquela estrelinha que a tia me deu
Pés de manga, pés de laranja
Aquele campinho atrás de casa ficou muito grande
Desde que você foi embora
Passando em frente a sua olhei dentro do seu quintal
Procurando pelas figurinhas que você ficou me devendo
Como um dia chuvoso em uma tarde de verão
Alguns anjos vagam, alguns anjos voam
E você morou na minha casa
Na hora do jantar eu posso olhar
E ver que seu prato ainda está no armário
Na cartinha de Natal, eu pedi a Deus
Que trouxesse você de volta